O preço do café no campo registra forte alta neste mês de outubro, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A saca de café arábica foi negociada acima de R$ 2.300, refletindo aumento de cerca de 10% em relação ao mês anterior, enquanto a saca de café robusta subiu 6%, chegando a R$ 1.400.
Segundo especialistas do setor, a valorização do produto está ligada, principalmente, ao retorno das chuvas em importantes regiões produtoras, que contribuem para melhorar a qualidade e a produtividade dos grãos. Além disso, há expectativa de que a alta nos preços se mantenha nos próximos meses devido à demanda internacional aquecida, especialmente de países consumidores de café de alta qualidade.

Produtores entrevistados afirmam que a valorização dos preços é uma oportunidade para melhorar a renda agrícola e compensar custos de produção, que também vêm subindo nos últimos anos devido à inflação de insumos, energia e transporte.
O movimento no campo impacta não apenas os agricultores, mas também torrefadores, cafeterias e consumidores finais, já que o custo do grão influencia diretamente o preço do café moído e em cápsulas vendido no varejo.

Além do clima, a variação cambial e a logística de transporte também são fatores que contribuem para a oscilação de preços no mercado interno. Economistas alertam que a combinação de condições climáticas favoráveis, demanda interna e internacional e políticas de comercialização podem manter o preço do café elevado até o fechamento da safra.
O setor cafeeiro brasileiro é responsável por grande parte da produção mundial, e as recentes altas de preço reforçam a importância econômica da cultura para o país. De acordo com estimativas, o café responde por cerca de 10% das exportações agrícolas do Brasil, sendo um produto estratégico tanto para a balança comercial quanto para o desenvolvimento regional nas áreas produtoras.


