O número de consumidores reincidentes em atrasos de pagamento segue em alta no Brasil. Segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o SPC Brasil, 85,5% das negatividades registradas em setembro foram de pessoas que já haviam atrasado contas em meses anteriores.
A pesquisa aponta que, entre esses consumidores reincidentes, 63,3% ainda não haviam quitado dívidas antigas, enquanto 22,2% tinham regularizado seus nomes, mas voltaram a se tornar inadimplentes. O estudo mostra que a faixa etária com maior número de reincidentes é 30 a 39 anos, predominando mulheres, que representam 54,5% desse grupo.

O levantamento revela ainda que o tempo médio entre uma dívida e outra é de 73,9 dias, ou seja, cerca de dois meses e meio. Em outras palavras, o consumidor que atrasa uma conta tem grandes chances de enfrentar um novo atraso em pouco tempo.
De acordo com a CNDL, o aumento da reincidência reflete dificuldades persistentes na gestão financeira das famílias. Fatores como elevação de juros, tarifas bancárias e aumento do custo de vida contribuem para que consumidores já negativados continuem acumulando débitos.
O estudo também evidencia que muitos consumidores tentam regularizar suas dívidas, mas o retorno à inadimplência é rápido, demonstrando que a resolução do problema exige ações estruturais de educação financeira e políticas de crédito mais flexíveis.

Especialistas em economia ressaltam que a inadimplência reincidente pode afetar todo o sistema de crédito, uma vez que aumenta o risco para empresas que oferecem crédito e reduz o poder de compra de famílias que não conseguem se organizar financeiramente.
Em nota, a CNDL alerta que é essencial que os consumidores acompanhem seus orçamentos e compromissos financeiros, evitando acúmulo de dívidas e recorrência de atrasos.


